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'Corrupção está alastrada'Procurador Deltan Dallagnol diz que Lava Jato detectou corrupção em outros órgãos públicos. ‘A maior parte das investigações ainda está por vir’, disse membro do MP. Coordenador de força-tarefa, Dallagnol foi entrevistado por Miriam Leitão.G1
27 de março de 2015 às 09:54
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) e coordenador da força-tarefa criada para a Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, afirmou durante entrevista à jornalista Miriam Leitão, exibida nesta quinta-feira (26) na GloboNews, que há informações de que a corrupção ultrapassa a Petrobras e atinge outros órgãos públicos. “Temos informações - informações de inteligência, por enquanto - de que a corrupção, ela está alastrada também para outros órgãos públicos. Isso nos traz uma preocupação muito grande, não só de buscar punição, responsabilização integral de quem cometeu esses crimes, mas também de mudar nosso ambiente”, disse Dallagnol. “Nós temos informação de que isso [corrupção em outros órgãos] acontece. Aliás, muitas pessoas já diziam isso antes", completou. O procurador também que no atual modelo de trabalho do Ministério Público estão sendo oferecidos pacotes de acusações com tudo o que está sendo apurado pela Operação Lava Jato.
Esforço conjunto Segundo ele, o sucesso da Lava Jato só aconteceu devido ao esforço conjunto da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, além da atuação do Poder Judiciário. “Houve quase que uma conspiração para que essa operação desse tão certo". Sobre o pacote de medidas anticorrupção sugeridas pelo Ministério Público no último dia 20, ele ressaltou que as 10 medidas anunciadas se basearam, em grande parte, nos três pilares criados por Hong Kong, que já liderou a lista de corrupção mundial e conseguiu diminuir os índices.
De acordo com o procurador, tornar o pagamento de propina crime hediondo, conforme propõe o pacote, é uma importante mudança para coibir a corrupção. “É um crime racional (pagamento de propina). Isso (a medida) toma por base que a corrupção rouba a comida, o remédio e a escola do brasileiro. Quem rouba milhões mata milhões”, afirmou Dallagnol.
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