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Maduro quer governar por decreto

Maduro quer usar decretos para enfrentar "imperialismo" dos EUA. Líder de oposição, Henrique Capriles, indaga se decretos servirão para 'fazer sabão, fraldas e remédios aparecerem' ou 'para diminuir a inflação'.
Andrew Cawthorne | REUTERS
10 de março de 2015 às 22:45

CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Parlamento do país nesta terça-feira que lhe conceda o poder para emitir decretos especiais como forma de reagir às novas sanções dos Estados Unidos, despertando protestos da oposição.


Se a Assembleia Nacional, controlada pelo governo, agir como esperado e aprovar sua solicitação de uma "Lei Habilitante", seria a segunda vez que o sucessor de Hugo Chávez obtém tal ampliação de poderes desde que venceu a eleição de 2013.

"Pedirei uma Lei Habilitante anti-imperialista... para preservar a paz, a integridade e a soberania da nação", disse Maduro em discurso no fim da noite de segunda-feira.


Líderes oposicionistas criticaram duramente Maduro, dizendo que ele usa a pior crise do país com Washington durante seu mandato para justificar uma governança autocrática, escantear o Parlamento e tirar a atenção da grave crise econômica da Venezuela.

"Nicolás, você está requerendo a Lei Habilitante para fazer sabão, fraldas e remédios aparecerem, para diminuir a inflação?", ironizou o governador opositor Henrique Capriles. "É mais uma cortina de fumaça".


Confirmando a Venezuela como adversária número um de Washington na América Latina após a reaproximação com Cuba, os EUA pararam de tratar Maduro com luvas de pelica, classificando seu governo como uma ameaça à segurança nacional e sancionando sete autoridades.


Usando uma terminologia também aplicada em medidas contra países como Irã e Síria, o governo do presidente norte-americano, Barack Obama, declarou uma "emergência nacional" devido "à ameaça incomum e extraordinária" da Venezuela.


(Reportagem adicional de Corina Pons, em Caracas; de Daniel Trotta, em Havana; e de Marianna Párraga, em Houston)


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http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKBN0M622P20150310

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