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Protesto de caminhoneiros em BrasíliaCaminhoneiros fazem buzinaço nesta segunda, na Praça dos Três Poderes Liderados pelo Comando Nacional de Transportes, trabalhadores querem manifestar"revolta", negando o acordo brandido pelo governo nos últimos dias.Célia Perrone | Correio Braziliense
02 de março de 2015 às 09:28
Para conseguir atingir a meta no 13º dia do movimento, o próprio Schmidt, de 44 anos, percorreu vários trechos de rodovias goianas, para convencer motoristas a aderir e a chamar outros. Ele argumentou que as bandeiras do movimento, como redução do preço do diesel, melhora dos valores dos fretes e aprovação imediata da chamada Lei dos Caminhoneiros, que regula as condições de trabalho da classe, não foram atendidas. A reportagem ouviu motoristas concentrados em Luziânia (GO), que já se comprometeram em participar do protesto hoje na capital federal.
A palavra mais usada por eles é “revolta”, negando o acordo brandido pelo governo nos últimos dias. “Estamos pagando para trabalhar” foi frase recorrente.
Print do material de divulgação do protesto dos caminhoneiros em Brasília, prometido para esta segunda-feira (2). (Foto: Reprodução/Twitter) Saiba mais O motorista baiano Edson Vieira, 33 anos, afirmou que as condições do frete praticadas no país sempre foram ruins, mas agora são insustentáveis. Segundo ele, ao terem de arcar com a manutenção dos caminhões, com o pagamento de multas e com valores acrescidos ao combustível para poder usar meio eletrônico de pagamento dos donos das cargas, muitos caminhoneiros estão passando fome. Para piorar, os cartões que substituem a chamada carta frete só permitem saques de R$ 800 por dia. “As associações que fecharam acordo com o Planalto não nos representam. Eles nos traíram”, disparou.
João Pio, 44, caminhoneiro com residência no Rio Grande do Norte, também se aproxima de Brasília com o espírito armado. Ele revela que tem cinco filhos, mas só três poderão ir para a escola este ano, pois não conseguirá comprar material escolar para todos. "Estou há 18 anos na estrada e nunca sofri tanto", lamentou. Prova disso é que vai ficar devendo à transportadora, porque tem um frete de R$ 700 a receber, gastou R$ 800 com gasolina e comida e ainda tem 18 multas para pagar, que somam R$ 3 mil. "Acabei de passar por bloqueios na Dutra (SP) e vou engrossar o movimento amanhã (hoje)".
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