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Terror continua na NigériaBoko Haram lança sua ofensiva mais letal no nordeste da Nigéria. Fontes policiais afirmam que uma menina, de não mais de 10 anos, levava os explosivos. Milícia busca instaurar no país uma espécie de califado regido pela sharia (lei islâmica).Óscar Gutierrez Garrido | EL PAÍS
13 de janeiro de 2015 às 11:38
A seita radical Boko Haram não dá descanso em sua campanha de violência indiscriminada no nordeste da Nigéria. No sábado, uma carga explosiva levada por uma menina de 10 anos explodiu na entrada de um mercado de Maiduguri, capital do Estado de Borno e um dos enclaves fundamentais na agenda da milícia terrorista. Pelo menos 19 pessoas perderam a vida e outras vinte ficaram feridas. Como declarou em uma conversa recente o analista camaronês Martin Ewi, do Instituto para o Estudo da Segurança, o Boko Haram está fazendo uso de meninas – sequestrou mais de 200 em uma escola em abril – e mulheres em seus atentados “pelo fato de levantarem menos suspeitas” e aumentarem “a comoção da comunidade internacional”.
Ashiru Mustapha, membro de um grupo de autodefesa, duvidava no sábado que a explosão tivesse sido deliberada. “Duvido que ela soubesse o que estava levando”, disse ele à France Presse.
O atentado em Maiduguri é o ápice do que, segundo organizações como a Anistia Internacional (AI), vem sendo a ofensiva mais sangrenta na história do Boko Haram. A milícia liderada por Abubaker Shekau lançou no fim de semana passado um ataque contra o povoado de Baga, no Estado de Bono, às margens do lago Chade, onde tomou o controle de uma base militar.
A milícia, que busca instaurar no nordeste do país uma espécie de califado regido pela sharia (lei islâmica), com punho de ferro, estendeu sua investida a outras localidades ao redor de Baga. Segundo informações obtidas pela AI, embora as forças de segurança não tenham sido capazes de estabelecer um balanço final de vítimas, os mortos poderiam beirar os 2.000 nesses sete dias.
A ofensiva do Boko Haram, que nos últimos seis anos passou da promoção de atentados contra cristãos à matança de forma indiscriminada com Kalashnikovs, deu origem a uma nova onda de refugiados na direção do Chade. Entre esse país, o Níger e Camarões há mais de 1 milhão e meio de pessoas deslocadas pela violência da seita de Shekau. O líder do Boko Haram pretende assumir o controle das passagens fronteiriças para os três países vizinhos, no leste, ao redor do lago Chade.
Níger, Chade e Camarões formam com a Nigéria a Força Multinacional de Ação Conjunta (MNJTF, na sigla em inglês), da qual a base militar de Baga era um dos quartéis. Nem a MNJTF nem o Exército nigeriano são capazes no momento de fazer frente à seita radical, uma das principais ameaças para as eleições de fevereiro, às quais se candidata novamente o presidente Goodluck Jonathan. Leia mais em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/10/internacional/1420901485_653184.html Saiba mais: |