Uma obra do Ministério da Saúde em Vitória da Conquista (BA) informa que gera 200 empregos, mas ninguém trabalha na área, quase toda tomada pelo mato. A obra é de um laboratório oficial de medicamentos que era para entrar em operação em 2012, segundo o governo federal anunciou em junho de 2011, em um evento em Salvador.
O valor total da obra é R$ 601.748,95, sendo R$ 479.272,06 do governo federal e o restante é contrapartida estadual.
O laboratório é um dos centros industriais da Bahiafarma, estatal da Bahia cuja unidade de Simões Filho (Grande Salvador) foi reaberta mês passado, também com atraso nas obras – assim como a unidade de Vitória da Conquista, a de Simões Filho era para funcionar em 2012.
A inércia na realização dos trabalhos em Vitória da Conquista fez com que outro cronograma fosse estabelecido, com início em 17 de junho de 2013 e prazo de conclusão em 5 meses, conforme está registrado na placa.
Materiais espalhados
Os trabalhos em Vitória da Conquista chegaram a ser retomados no meio do ano passado, com a construção de parte dos alojamentos dos operários e do material de construção, mas parou na metade. Alguns dos materiais de construção ainda estão por lá.
Há pelo menos dois meses não é visto ninguém trabalhando no local, segundo trabalhadores do Centro Industrial dos Imborés – onde está localizada a obra. Já são quase sete meses de atraso do novo cronograma oficial.
A obra está sendo tocada pela prefeitura local, que contratou, via licitação, uma empresa de Brasília chamada Antônio José Leão Teixeira – ME, não localizada para comentar o assunto.
O local ainda está em poder da prefeitura de Vitória da Conquista e só após o término das obras é que será repassado à Bahiafarma para que sejam feitas às adequações necessárias.
Viagem a Cuba
Desde 2010, quando a Bahiafarma voltou a existir no Estado, após ser extinta em 1999, na gestão César Borges (atual ministro dos Portos), que a obra vem sendo prometida.
Em 2011, inclusive, o prefeito de Vitória da Conquista, Guilherme Menezes (PT), chegou a ir a Cuba para realizar parceria com o país, com vistas à instalação do laboratório, o que não foi concretizado.
A produção de medicamentos da Bahiafarma é para atender, sobretudo, à demanda do Sistema Único de Saúde e fazer o governo economizar mais com a compra de remédios.
A unidade que foi reaberta na Grande Salvador, por exemplo, vai gerar economia de R$ 39,7 milhões ao Ministério da Saúde com a produção anual de mais de um milhão de comprimidos do medicamento Cabergolina, que gera custo anual de R$ 9,1 milhões.
Usado para combater problemas hormonais, sobretudo nas mulheres, o comprimido Cabergolina tem previsão de ter o primeiro lote vendido ao Ministério da Saúde no prazo de dois meses. Com a Bahiafarma de Simões Filho, agora são 17 laboratórios públicos no país.
Outro lado
A prefeitura de Vitória da Conquista não informou o motivo da obra estar parada. Comunicou apenas, via assessoria de comunicação, que "a obra de urbanização está em execução e que o contrato firmado tem vigência até novembro de 2014", apesar de a placa indicar prazo de cinco meses para finalização da mesma.
A assessoria do Ministério da Saúde ficou de enviar resposta informando sobre os valores que já foram liberados para a obra e eventuais providências que estão sendo tomadas para a conclusão da mesma, mas isso não ocorreu.
Já a assessoria da Bahiafarma, em Simões Filho, informou que não conseguiu falar sobre a obra parada em Vitória da Conquista com a diretora o órgão, Julieta Palmeira, e não respondeu ao UOL.
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