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Libertada a sudanesa que não renegou cristianismoSudanesa condenada à morte por se casar com cristão é libertada. Corte revogou condenação a enforcamento depois de Meriam Ibrahim dar à luz uma menina na prisão. Caso foi alvo de críticas de vários governos, igrejas e a Anistia Internacional.VEJA
24 de junho de 2014 às 01:50
A sudanesa Meriam Ibrahim Ishag (AFP) Uma sudanesa condenada à morte por se casar com um cristão foi libertada nesta segunda-feira. Meriam Ibrahim Ishag estava presa desde fevereiro, com o filho pequeno. Na prisão, ela deu à luz uma menina, antes que sua sentença fosse revogada por uma corte de apelação. A agência estatal de notícias Suna informou que a corte ordenou a libertação de Meriam e o cancelamento da sentença anterior. O advogado da sudanesa disse que ela já foi liberada e levada para uma casa onde poderá ficar em segurança e protegida. “Sua família já foi ameaçada antes e estamos preocupados que alguém tente feri-la”, disse Mohaned Mostafa à agência Reuters.
A condenação de Meriam por apostasia resultou em protestos de vários governos ocidentais e organizações de defesa dos direitos humanos, que pediram ao governo islâmico do país que respeite a liberdade de religião. O primeiro-ministro britânico David Cameron e o secretário de Estado americano John Kerry foram alguns dos que se manifestaram contra a condenação. Filha de pai muçulmano, mas criada pela mãe cristã, Meriam se casou com Daniel Wani, que tem cidadania americana, em 2011. À rede BBC, Wani disse que espera deixar o Sudão com a família o mais rápido possível. Ele mora nos Estados Unidos desde 1998, e conheceu a mulher durante uma visita ao Sudão. A lei islâmica no Sudão a condenou a 100 chibatadas e ao enforcamento porque seu pai era muçulmano, mesmo ele tendo abandonado a família quando Meriam tinha apenas seis anos de idade. As mulheres são proibidas de se casarem com homens não muçulmanos, enquanto a situação contrária é aceita. Muitos condenados por apostasia no país escaparam da execução ao renegarem sua nova fé. As tensões entre o governo islâmico e a população cristã do sul do país deu origem à uma sangrenta guerra civil que terminou com a separação do Sudão do Sul, declarado independente em 2011. Leia mais em: Veja essa notícia na imprensa internacional: http://www.theguardian.com/world/2014/jun/23/sudan-announces-release-meriam-ibrahim-death-row http://www.publico.pt/mundo/noticia/libertada-sudanesa-condenada-a-morte-por-rejeitar-o-islao-1660187 http://www.independent.co.uk/news/world/africa/apostasy-woman-meriam-ibrahim-freed-after-sudanese-court-orders-release-state-media-report-9557086.html http://time.com/2912185/meriam-ibrahim-christian-sudan/ http://www.dw.de/sudan-court-frees-christian-woman-meriam-yahya-ibrahim/a-17730670 http://cnnespanol.cnn.com/2014/06/23/queda-libre-la-mujer-condenada-a-muerte-en-sudan-por-no-renunciar-al-cristianismo/ |