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Auditar rebate reportagem da Globo News que aponta que gasto com servidores seria maior que saúde e educação

Em levantamento a Associação mostrou que a despesa de pessoal e encargos sociais estão bem abaixo do apontado pela reportagem e que o maior gasto do governo é juros e encargos da dívida
Comunicação Auditar
13 de agosto de 2020 às 15:01

A União dos Auditores Federais de Controle Externo (Auditar) realizou levantamento de dados que rebate os argumentos de reportagem divulgada pela Globo News na última terça-feira (11). A reportagem informa, de modo equivocado, que o gasto com pessoal das três esferas de governo seria maior do que o gasto com Educação, Saúde e Saneamento Básico.

 

Para comprovar o equívoco da matéria, a Associação, juntamente com o Consultor Legislativo do Senado, Fábio Gondim, explicam que os dados utilizados para instruir a reportagem partiram de informações do Grupo de Despesa (GND), que é uma classificação que divide todas as despesas públicas segundo seis subgrupos: pessoal e encargos sociais, juros e encargos, outras despesas correntes, investimentos, inversões financeiras e amortizações e refinanciamento.

 

Todavia, a reportagem não levou em consideração que no GND permeia todas as outras despesas e, portanto, entre elas, há também despesas com saúde, educação e saneamento básico, uma vez que os salários pagos a médicos, enfermeiros, professores e demais profissionais que compõem os quadros também estão no rol daquelas políticas públicas.

 

“Desse modo, não seria possível que o gasto com pessoal seja superior ao gasto com Saúde, Educação etc, como foi informado, porque o gasto com pessoal é parte do gasto com Saúde, é parte do gasto com Educação e assim por diante”, explica Gondim.

 

De acordo com levantamento feito pela Auditar, em 2020 foram destinados para o Ministério da Saúde, por exemplo, R$ 18.746 mi, para outras despesas correntes R$ 150.207 mi e Investimentos R$ 5.640 mi. A despesa de Pessoal e Encargos Sociais, portanto, corresponde a 10,7% do total orçamento para o Ministério da Saúde em 2020.

 

De acordo com o presidente da Auditar, Wederson Moreira, historicamente as despesas com pessoal são inferiores a outras despesas. De acordo com ele, o maior gasto do governo hoje é com juros e encargos da dívida, que representam R$ 410 bi, e com Amortização e Refinanciamento da Dívida, que chegou a R$ 1.193 bi. Juntas, essas despesas representam 39,4% do total orçado.

 

“O que percebemos é que houve uma interpretação incorreta e individualizada dos dados, sem avaliar o contexto holístico das despesas. O governo hoje tem investido muito mais em pagar juros do que em valorizar médicos, professores, enfermeiros e demais profissionais, que estão na linha de frente na prestação de serviços à sociedade”, esclareceu o presidente da Auditar.

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